terça-feira, 26 de março de 2019

Por que mamíferos desenvolvem intolerância a lactose?



Todos os filhotes de mamíferos sintetizam a enzima lactase. A lactase é a enzima que quebra lactose, ou seja, o açúcar do leite. Na fase adulta, os mamíferos param de sintetizar a enzima lactase.

Nos seres humanos esse processo não ocorre de forma igual, uma vez que alguns grupos étnicos mantêm 90% da atividade enzimática da lactase na fase adulta, já outras etnias perdem progressivamente a atividade enzimática até os cinco anos de idade.

Acredita-se que esta variação seja decorrente de uma mutação genética que ocorreu a cerca de 9 mil anos em povos criadores de gado leiteiro domesticado. Esses povos eram consumidores de leite e seus derivados na dieta, e adquiriram por mutação um traço genético dominante que perpetuava a atividade da lactase após o desmame. Essa característica genética foi sendo passada aos seus descendentes, até que parte da população humana atual tenha esse gene mutante. Nestes casos, ocorre a persistência de um "gene regulador", recentemente sequenciado e localizado no cromossomo dois, que não permite a supressão da síntese de lactase no tempo programado.




Referências
Pesquisa genética desvenda intolerância à lactose. Disponível em: http://www.ufrgs.br/portaldapesquisa/conhecimentoesociedade/?p=331. Acesso em: 26 de março de 2019.
 Cientistas identificam mutação genética que causa intolerância à lactose. UOL - Emedix. Janeiro de 2002. Acesso em: 26 de março de 2019.
Tumas, R. Cardoso, A.L. Como conceituar, diagnosticar e tratar a intolerância à lactose. Disponível em:  http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=3697. Acesso em: 26 de março de 2019.




terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Por que os insetos são tão pequenos?



Você sabia que já existiram insetos muitos maiores do que temos hoje no nosso planeta? Isso mesmo, por exemplo no período carbonífero existiam libélulas gigantes que tinham em média o tamanho de um falcão. Nessa época, a quantidade de oxigênio presente na atmosfera era maior do que tem hoje.
No entanto, a quantidade de oxigênio presente atualmente na atmosfera não permite que esses animais alcancem grandes tamanhos. Esse fato está intimamente relacionado com o sistema respiratório desses animais.
Os insetos têm o sistema respiratório do tipo traqueal, ou seja, apresentam um conjunto de túbulos ocos ramificados por todo o corpo que transportam oxigênio para dentro das células e removem o gás carbônico.
Assim, para que os insetos atuais fossem mais volumosos seria necessário que a atmosfera atual apresentasse condições mais altas de oxigênio e esses animais possuíssem túbulos traqueias dez vezes maiores e mais ramificados, para que eles pudessem transportar todo o oxigênio de que precisa.

Fonte:
Por que os insetos não são tão grandes quanto os humanos? Disponível em: https://hypescience.com/por-que-os-insetos-nao-sao-tao-grandes-quanto-os-humanos/. Acesso em: 05 de fevereiro de 2019.

Osório, TC. Ser Protagonista: Biologia Ensino Médio 2ºano.Edições SM. 2º edição. São Paulo, 2013.

Por Que Insetos São Tão Pequenos? | Ep. 10. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=cI6hNdCTyqA. Acesso em: 04 de fevereiro de 2019.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019




Barragem de rejeito em Jacobina: repetição de uma tragédia evitável?

O crescimento populacional e econômico em Jacobina pode estar relacionado às atividades auríferas, já que durante o período de maior produção, 1983-1998, dados do IBGE mostram um alto crescimento da população, sendo 76.518 habitantes no ano de 1991, 85.185 habitantes no ano de 1996 e 76.492 habitantes no ano 2000. De acordo com os dados acima, houve um notório aumento populacional no período de maior produção da mina, drástica queda no período em que as atividades foram paralisadas, manutenção do número de habitantes durante o hiato da produção aurífera e retomada no aumento a partir do momento em que as atividades foram retomadas no ano de 2005.
Embora os dados demostrem que a mineração tem um papel importante na economia da cidade, não dá pra correr mais esse risco. Os vazamentos das barragens ocorridos no estado de Minas Gerais nos leva a questionar se esses infelizes episódios podem ocorrer em outras partes do país.
Segundo o gerente regional da Agência Nacional de Mineração (ANM) na Bahia, Cláudio da Cruz Lima, o estado da Bahia possui 14 barragens. O número de barragens da Bahia é menor que o de Minas (que possui 400 barragens), e conforme a ANM é possível monitorá-las de uma a duas vezes por ano.
 Desde a tragédia ocorrida em Mariana, os moradores de Jacobina-BA se questionam e ficam amedrontados que algo semelhante possa acontecer em alguma das barragens da Jacobina Mineração e Comércio S.A.(JMC) que pertence ao grupo canadense Yamana Gold.
A JMC tem sua sede e duas barragens de rejeito inseridas bem próximo aos rios Itapicuru e Canavieiras. Esse mananciais fazem parte da Bacia Hidrográfica do Itapicuru, um deles apresenta a barragem do Itapicuru que fornece água para Jacobina-BA e região (Souza 2013).
De acordo com o estudo realizado pelo geógrafo Vivaldo Souza (2013), a barragem de Itapicuru (primeira barragem) já atingiu o limite de sua vida útil e foi desativada. Ainda segundo o geógrafo acima citado, a desativação desse barragem “exige da JMC cuidados redobrados, pois estão armazenados nesta barragem milhões de metros cúbicos de rejeito, uma bomba prestes a ser detonada, um acidente poderia levar este material para os rios, tornando suas águas impróprias para consumo, com consequências desastrosas para Jacobina e todas as comunidades da região".
Já a segunda barragem está próxima dos rios Itapicuru e Canavieiras, e uma a estação de tratamento da Embasa que fornece água para o município de Jacobina (Souza 2013). Para o especialista em Meio Ambiente e Recursos Hídricos Almacks Luiz “a segunda barragem, só tem capacidade para 13 milhões de toneladas de material, o complexo minerário de Jacobina terá que ter mais 5 (cinco) outras barragens de rejeito para acumular a quantidade de material declarada pela própria Yamana Gold em seu NI – 43.101”, explicou.

Podemos evitar que aconteça em Jacobina o que aconteceu em Brumadinho e Mariana?
Segundo a ANM, todas as barragens do estado tem risco potencial de provocar um acidente sério, caso não tenham manutenção e monitoramento permanente. Em 2015, após o desastre ocorrido em Mariana, as barragens de Jacobina foram avaliadas e consideradas de risco. Mas de acordo com a ANM, a empresa responsável fez uma manutenção e melhoria nas instalações, tornando a situação dessas barragens estáveis.
Mesmo que as barragens de Jacobina sejam consideradas estáveis é extremamente importante que as empresas responsáveis mantenham contato com a população, expliquem onde estão localizadas as barragens e como são construídas, bem como os órgãos governamentais exijam o licenciamento ambiental feito de forma técnica, eficiente e com ações de monitoramento.

Fontes:
Jacobina: técnicos analisam situação da barragem de rejeitos da Yamana Gold. Disponível em: http://sertaobaiano.com.br/noticia/jacobina-tecnicos-analisam-situacao-da-barragem-de-rejeitos-da-yamana-gold. Acesso 26 de janeiro de 2019.
Barragens de rejeito da Yamana Gold em Jacobina, por Almacks Luiz Silva. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2015/11/12/barragens-de-rejeito-da-yamana-gold-em-jacobina-por-almacks-luiz-silva/. Acesso 26 de janeiro de 2019.
Especialistas repercutem o rompimento da barragem em Brumadinho. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2019/01/25/ambientalistas-repercutem-o-rompimento-da-barragem-em-brumadinho.ghtml. Acesso 28 de janeiro de 2019.
Monitoramento de barragens de rejeitos será intensificado na Bahia após tragédia em Minas Gerais. . Disponível em: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2019/01/26/monitoramento-de-barragens-de-rejeitos-sera-intensificado-na-bahia-apos-tragedia-em-minas-gerais.ghtml. Acesso 28 de janeiro de 2019.
IBGE. Disponível em: http://cod.ibge.gov.br/17X7. Acesso 28 de janeiro de 2019.
SOUZA, V. A. Impactos Socioambientais Causados pela Nova Barragem de Rejeito da Jacobina Mineração e Comércio no Município de Jacobina – Ba. Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Ciências Humanas, DCH, Campus IV da Universidade do Estado da Bahia.UNEB. Jacobina, Bahia, 2013.